Em defesa da NICOTINA e da PERMISSÃO de seu uso

Os perigos da nicotina são conhecidos, mas você conhece seus benefícios? Talvez não, devido a ideia de que o papai estado precisa te defender de si.

O tabaco é uma planta cujas folhas são utilizadas na confecção de diferentes produtos como cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, tabaco para narguilé, rapé, fumo-de-rolo, dispositivos eletrônicos para fumar e tantos outros mais. Originária dos Andes, a planta do tabaco se espalhou pelo continente americano por meio das migrações dos povos ameríndios, que a usavam com finalidades terapêuticas, religiosas e de lazer, levada para Europa no início do século XVI pelos espanhóis.

O princípio ativo do tabaco é chamado de nicotina, alcaloide do grupo das aminas heterocíclicas (de cadeia fechada), presente nas folhas da planta numa concentração que varia entre 2% a 8%. Trata-se de um líquido oleaginoso, psicoativo e incolor, solúvel em água, que em contato com o ar se oxida e adquire tonalidade amarelada. O nome nicotina foi uma homenagem a Jean Nicot, diplomata francês em Portugal, que no ano de 1561, enviou sementes de tabaco e rapé para a rainha Catarina de Médici tratasse a enxaqueca que sofria, após perceber que aspirar o tabaco moído, na forma de rapé, ajudava a aliviar as crises de enxaquecas.

Se, por um lado, no passado, Nicot e a Rainha Catarina encontraram efeitos positivos no consumo medicinal do tabaco, fato que encontrava amparo no uso terapêutico da planta feito pelos povos tradicionais ameríndios desde antes da chegada dos europeus, por outro lado, no Brasil — maior exportador mundial de tabaco — o consumo é fortemente regulado. A Resolução da Diretoria Colegiada n.º 855 de 23 de abril de 2024, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que proibiu a fabricação, a importação, a comercialização, a distribuição, o armazenamento, o transporte e a propaganda de dispositivos eletrônicos, como os vapes. Além disso, as autoridades de saúde brasileira estão tentando criar uma regulamentação que proíba os sachês de nicotina, também conhecidos como pouches ou snus. O referido produto não é fumado, nem mascado, mas colocado na boca entre dentes e lábios.

Será que o quase consenso atual contra o consumo do tabaco decorre somente de descobertas da medicina que ligam o consumo de nicotina a algumas doenças ou será que também há interesses políticos ocultos envolvidos no movimento contrário a nicotina?

(PAUSA)

Uma busca rápida na internet usando os termos “benefícios da nicotina” permite ver que o alcaloide atua sobre o sistema nervoso central, causando uma sensação de bem-estar agradável. Sabe-se que a presença da nicotina no organismo pode ainda desencadear dois efeitos principais: o efeito estimulante e o efeito tranquilizante. O efeito estimulante que pode ser acompanhado de um aumento da pressão arterial, da frequência dos batimentos cardíacos, da frequência respiratória e da atividade motora. Já o efeito calmante se dá na forma de bloqueador de estresse.

Consta ainda que a nicotina presente no tabaco também está associada à redução da ingestão alimentar e do peso, devido à redução do apetite, por meio da ativação de um grupo de neurônios que controlam a saciedade. Por último, mas não menos importante, encontra-se que a nicotina tem efeitos benéficos para a memória e para a aprendizagem. Tais efeitos foram constatados por pesquisadores da Columbia-Presbyterian Medical Center, que no ano de 1995 publicaram artigo na Revista Science sobre a identificação dos chamados receptores nicotínicos no cérebro humano.

Os chamados receptores nicotínicos são normalmente ativados com a acetilcolina, um neurotransmissor cerebral ligado a funções cognitivas, memória e a aprendizagem. A pesquisa observou que a nicotina também ativa os referidos receptores, daí o nome de receptores nicotínicos. Estudos científicos posteriores apontaram que a nicotina pura tem fator neuro protetivo, melhorando a atenção e a memória. Também há estudos para o uso da nicotina no tratamento de doenças degenerativas do cérebro como Alzheimer e Parkinson. Tendo em vista que a nicotina pode ter efeitos estimulantes nas pessoas, além de efeitos positivos na atenção na memória, na aprendizagem e nas funções cognitivas, não seria difícil imaginar que toda a campanha antitabagista estatal possa não ser uma questão de cuidado saúde pública, mas de imposição e manutenção do controle social estatal.

Atacando a nicotina, o estado ataca tanto as liberdades individuais, impondo uma restrição ou proibição; quanto tira de circulação ou restringe a circulação de uma substância com o potencial de deixar as pessoas mais atentas e estimuladas. Tal situação já havia sido alertada por Olavo de Carvalho. Ao concluir artigo denominado “Engenharia da Complacência”, escrito ainda em 2012, Olavo de Carvalho afirma que “por trás do que imaginam os crentes, o antitabagismo militante jamais teve por meta proteger a saúde de ninguém. Foi apenas um primeiro e bem-sucedido experimento de engenharia comportamental em escala planetária. Foi um balão-de-ensaio, preparatório à implantação de controles cada vez mais drásticos, cada vez mais intrusivos, destinados a reduzir a população de todo o Ocidente a uma massa amorfa incapaz de reagir a qualquer imposição, por mais arbitrária, lesiva e absurda, que venha da elite globalista auto constituída em governo mundial”.

Ainda no mesmo artigo, Olavo conclui de forma quase profética: “O triunfo da prepotência antitabagista não trouxe e nem trará jamais os anunciados efeitos benéficos para a saúde da população, mas, depois dele, a humanidade Ocidental já não será mais a mesma. A complacência ante o estado intrusivo parece ter-se arraigado de uma vez por todas no espírito das massas, pondo um fim à era da livre discussão e inaugurando a da passividade servil e do ódio à divergência.”

(PAUSA)

Neste vídeo, embora reconheçamos os benefícios da nicotina, não temos o condão de incentivar o uso dela pelas pessoas. De um lado, em certo sentido, pode-se dizer que visamos trazer argumentos favoráveis ao tabaco e a nicotina para o conhecimento do público, que muitas vezes desconhecem que tais benefícios existem, tamanho o senso comum criado pela mídia tendenciosa e militante contra tais substâncias. O objetivo maior é o de chamar a atenção das pessoas, e relembrá-las, sejam elas fumantes ou não, de que a luta antitabagista é uma luta contra a liberdade individual das pessoas, sejam consumidoras ou não de nicotino derivados.

Como bem disse Olavo em vídeo do YouTube chamado “Fumar É Um Símbolo”: “Se você permitir o governo proibindo essas coisas, nunca mais para.” A nicotina tem o potencial de causar dependência: ou seja, a nicotina pode viciar, como muitas outras substâncias lícitas e ilícitas também podem causar vício, tolerância e abstinência. Conforme o Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais (DSM-5), um vício (ou, segundo o nome oficial, um “distúrbio de uso de substância”) pode causar "ativação tão intensa do sistema de recompensa que atividades normais sejam negligenciadas."

É preciso deixar claro que, embora a nicotina possa apresentar benefícios para determinadas pessoas, o uso abusivo da nicotina é prejudicial à saúde, como também é prejudicial para saúde o uso abusivo de muitas outras substâncias, sejam elas lícitas ou ilícitas. Inclusive, cabe o alerta: se você é viciado em tabaco ou em qualquer outra substância lícita, ou ilícita, procure ajuda! O consumo abusivo de substâncias, dentre elas a nicotina, é um problema e precisa ser tratada. Ao consumir uma substância como a nicotina, as pessoas precisam saber onde estão se metendo. Quem defende a liberdade, defende inclusive a liberdade de uso da nicotina, posicionando-se de forma contrária ao controle, restrição ou proibição estatal.

A decisão sobre o uso de substâncias como a nicotina cabe ao juízo de valor das próprias pessoas naturais, sendo elas capazes e informadas de benefícios e malefícios da substância. Da mesma forma, o correto é que o empresário, dono do negócio, defina se na pessoa jurídica dele, será permitido ou não o uso de cigarros, por exemplo. Em síntese, não cabe ao estado ficar restringindo as pessoas de usarem vapes e nem de fumarem em restaurantes, por exemplo. A decisão de usar ou não cabe ao indivíduo como a decisão de proibir ou não as pessoas de fumarem no restaurante cabe ao empresário dono do negócio.

Como informado anteriormente, o novo alvo da regulamentação estatal proibitiva está nos sachês de nicotina, devido ao fato do produto estar se popularizando por jogadores da Premier League, torneio inglês o qual cerca de 42% dos jogadores recorrem à substância. Em notícia do Estadão veiculada ainda em 2016, denominada “Pode a Nicotina Ser Boa para Você?” temos a afirmação de que “a nicotina é como a maioria dos medicamentos receitado pelos médicos, pois, quase todos envolvem riscos”. Alguns, medicamentos possuem vários efeitos colaterais quase idênticos aos da nicotina, incluindo potencial vício. Para alguns pacientes, determinada medicação pode trazer melhoras quase miraculosas. Para outros, os benefícios são modestos. Já, para outros, os efeitos colaterais podem representar sérios riscos para a saúde. É preciso uma análise caso a caso.

Aquilo que para uns é uma bênção farmacológica, para outros pode ser um estrago. Tal juízo de valor sobre o uso ou não da nicotina deveria ser da liberalidade de cada pessoa, longe do controle e dos interesses escusos de Estados e de Governos — que fizeram e fazem do movimento antitabagismo uma arma de guerra contra as liberdades individuais.

Por fim, vale lembrar que “a sociedade dever fazer algo” não é base nenhuma para se criar uma lei para restringir tal ato. Isso é o que chamamos de guilhotina de Humme a qual define que a afirmação filosófica que sustenta que não se pode derivar uma conclusão ética ou de valor (a premissa do “dever ser”) a partir de premissas puramente descritivas ou factuais. Portanto, cabe a sociedade mostrar o quanto e o modo de se utilizar o tabaco de maneira que faça menos mal para os indivíduos, e não pedir ao papai estado para proibir algo que não goste.

Referências:

https://www.estadao.com.br/esportes/saches-de-nicotina-ilegal-no-brasil-e-febre-entre-jogadores-na-premier-league-e-esportes-de-invern/

https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/causas-e-prevencao-do-cancer/tabagismo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tabaco

https://brasilescola.uol.com.br/quimica/nicotina.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicotina#:~:text=Nicotina%20%C3%A9%20uma%20droga%20psicoativa,tornou%20conhecida%20no%20seu%20pa%C3%ADs.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acetilcolina

https://www.ufpb.br/ufpb/contents/noticias/nicotina-pura-pode-melhorar-atencao-e-memoria-diz-pesquisadora-da-ufpb#:~:text=%E2%80%9CAlguns%20estudos%20mostraram%20que%20a,variar%20entre%202mg%20e%204mg.

https://www.cnnbrasil.com.br/saude/saches-de-nicotina-favorecem-o-cancer-e-viciam-diz-especialista/


https://olavodecarvalho.org/engenharia-da-complacencia/

https://www.estadao.com.br/emais/bem-estar/pode-a-nicotina-ser-boa-para-voce/

https://drauziovarella.uol.com.br/drogas-licitas-e-ilicitas/dicas-para-controlar-as-crises-de-abstinencia-de-nicotina/