FRACASSO DE VENDAS na PÁSCOA revela PROBLEMAS ECONÔMICOS no BRASIL: pouco CHOCOLATE e MUITO IMPOSTO

Pois é, meu amigo: ao que tudo indica, a Páscoa no Brasil foi bastante decepcionante. Pelo menos, do ponto de vista comercial.

De acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas durante o período da Páscoa deste ano, no varejo brasileiro, devem somar algo em torno de R$ 3,4 bilhões. Esse valor, que ainda é uma projeção - posto que dados consolidados ainda vão demorar a aparecer, - representa uma retração de 1,4% em relação à Páscoa de 2024. O valor, obviamente, já foi corrigido pelo índice oficial de inflação, para deixar a comparação mais justa.

Olhando dessa forma, a queda não parece ser tão relevante - não a ponto de merecer um vídeo, aqui no canal, com um título tão chamativo assim. Acontece que os números apresentados pela CNC se referem, apenas, ao valor total desembolsado pelo brasileiro por seus ovos de chocolate e outros itens tipicamente adquiridos na Páscoa. Por isso, vamos analisar um dado mais importante ainda para a análise dessa situação: a quantidade de chocolate efetivamente consumida pelo brasileiro, nesse período.

Novamente, estamos lidando com projeções - mas elas são consideravelmente realistas. De acordo com análises da consultoria Euromonitor International, o volume de chocolate comercializado no Brasil durante a Páscoa de 2025 caiu 12% em relação a 2024, o que significa uma redução de mil toneladas nas vendas do citado produto. Estamos falando da primeira queda no total consumido dos amados ovos e bombons de Páscoa desde 2021 - quando o mundo ainda vivia o auge da pandemia. 

Em outras palavras: o brasileiro gastou praticamente a mesma quantidade de dinheiro com chocolate durante a Páscoa deste ano - um pouco menos, apenas. Mas comeu menos chocolate - muito menos - que no ano passado. Neste momento, alguém pode argumentar: “Ah, mas certamente esse é um fenômeno global, relacionado ao preço do cacau!”. A verdade, contudo, é que o consumo mundial de chocolate aumentou 3% em 2025 - ainda de acordo com dados da Euromonitor International. E isso já levando em conta o baque no consumo do Brasil, que é o 5º maior comedor de chocolate do mundo!

Os problemas brasileiros, contudo, não param na quantidade. Também a qualidade do chocolate comercializado no Brasil tem caído ano após ano. Certamente você já percebeu esse cenário: produtos com um sabor cada vez mais doce, e menos característico do cacau; diferentes marcas apresentando chocolates extremamente parecidos, quase indistinguíveis; sensação de estar comendo mais gordura hidrogenada do que qualquer outra coisa; entre outros. Na verdade, essa percepção tem uma razão de existir. Nós já falamos sobre isso no vídeo: “Preço do OVO DE PÁSCOA dispara e ultrapassa os R$ 400, mas de quem é a culpa?” - link na descrição.

Mas podemos resumir a coisa da seguinte forma: grosso modo, o chocolate é composto, basicamente, por derivados do cacau, leite e açúcar. Obviamente, os derivados do cacau são os itens mais caros que, portanto, tendem a ser substituídos, se a ideia é reduzir o preço do produto final - ou pelo menos estabilizá-lo. E como o açúcar é o item mais barato da receita, ele tende a ser utilizado em maior quantidade - resultando em chocolates excessivamente doces. Por outro lado, a gordura oriunda do cacau - presente, principalmente, em sua manteiga - tende a ser substituída por outros tipos de gordura - dando aquele aspecto “ensebado” que muitos chocolates hoje possuem.

O aumento no preço do cacau é um fenômeno global, que tem se arrastado por muitos e muitos meses. Não é, portanto, algo exclusivo do Brasil. Contudo, conforme os números nos indicam, a queda no consumo de chocolate no Brasil é sim uma exclusividade tupiniquim - pelo menos entre os grandes mercados do produto. Portanto, embora os problemas na produção do cacau sejam consideráveis, o fato é que o caso brasileiro tem um agravante - a cotação do dólar, em relação ao real.

Como a moeda brasileira perdeu consideravelmente seu valor na comparação com a moeda americana, os preços de importação dispararam, do fim de 2024 para cá. Com o cacau, a coisa não seria diferente. Por isso, mesmo com o notável decréscimo na qualidade do chocolate comercializado no Brasil, ainda assim os preços se tornaram proibitivos, levando o brasileiro a consumir menos chocolate, ainda que mantendo os gastos do ano passado.

Na verdade, esse cenário econômico desfavorável provocou uma mudança não apenas nos hábitos de consumo, mas também nas estratégias de produção. Provavelmente, você percebeu que havia menos ovos de páscoa disponíveis em lojas e supermercados este ano, na comparação com o ano passado. Pois saiba que isso não é mera impressão sua: de fato, a indústria reduziu sua produção de ovos de chocolate em 22,5%, na comparação com 2024 - totalizando 45 milhões de ovos de Páscoa disponíveis para o comércio neste ano.

Também é fácil compreender esse fenômeno. Pense na quantidade de chocolate contida em um ovo de páscoa: esses produtos, tipicamente, são uma mera casca de chocolate, envolta em um papel brilhante ou em uma caixa sofisticada. Ou seja, os ovos ocupam muito espaço em caminhões e também nos estoques das empresas. Por isso, a substituição desses itens por outros que representam mais chocolate em menos espaço acaba sendo uma escolha de negócio bastante intuitiva.

É por isso mesmo que os ovos de Páscoa recheados estão ganhando cada vez mais destaque: eles contêm mais chocolate, sendo praticamente do mesmo tamanho. Na verdade, a variedade de itens alimentícios relacionados à Páscoa disponíveis para o consumidor subiu consideravelmente: de 611 opções, no ano passado, para 803, neste ano. É a indústria se virando como pode.

Mas a coisa não pára por aí - e, se você mora no Brasil, você deveria ficar atento. Estamos vendo uma verdadeira proliferação de itens “sabor chocolate” - produtos que possuem, em sua composição, menos de 25% de cacau. Ou seja, de chocolate mesmo, esses itens não têm praticamente nada. Fora a redução no tamanho unitário dos produtos - com barras de chocolate sendo comercializadas com pífios 80g de um chocolate muito ruim.

E aí, como desgraça pouca é bobagem para o brasileiro, precisamos escancarar o roubo estatal envolvido nessa história. Os números oficiais apontam para uma tributação média de 39% sobre o chocolate - números esses que, provavelmente, estão pra lá de subestimados. Ou seja: no Brasil, você compra um ovo de Páscoa para você, e deixa outro de brinde para o governo. E tem gente que ainda defende esse tipo de máfia!

Percebe-se, portanto, que o grande vilão da Páscoa do brasileiro é, sem dúvidas, o governo brasileiro que nos expropria sem dó. Sim, o estado será sempre um problema; mas quando esse estado é controlado por uma gangue, como o PT, o problema tende a ser potencializado. É certo que, de maneira geral, o chocolate tem ficado mais caro, ao nível global, nos últimos anos. Por problemas de produção, os preços do cacau, e também do açúcar, dispararam consideravelmente. Contudo, no Brasil a coisa se torna ainda pior, dado o grau de interferência do estado na economia.
O desarranjo fiscal promovido pelo governo Lula tem elevado a dívida pública a patamares insustentáveis. E mais dívida pública significa mais dinheiro sendo impresso do nada - cerca de R$ 800 bilhões a mais circulando na economia, nos últimos 12 meses. Esse excedente de moeda tende a fazer tudo ficar mais caro - o que, por si só, levaria ao aumento do preço do cacau. Só que esse mesmo fenômeno faz o real brasileiro ficar mais desvalorizado, perante outras moedas - como o dólar. E aí, o problema se torna ainda mais grave.

O Brasil importa uma parte considerável do cacau consumido em seu território. Então, qualquer flutuação positiva no câmbio do dólar tende a ter um efeito catastrófico no custo do chocolate. Em 2024, o Brasil importou 14% a mais de cacau do que no ano anterior. Contudo, o custo com essa importação subiu 60% - mostrando que o produtor brasileiro apanhou bastante por causa da desvalorização do real. E se o produtor apanha, o consumidor também paga essa conta.

Para piorar a situação, o governo ainda cobra impostos extorsivos em cima de um valor artificialmente inflacionado. Sim, estamos falando de um imposto duplo: a inflação é, em si, um imposto que rouba parte dos ganhos da população em geral. E, como outra de suas consequências, o valor nominal de tudo sobe, obrigando produtores e consumidores a pagarem impostos mais elevados, em cima de um produto que, como vimos, se torna cada vez menor - e pior.

A solução para a crise do chocolate, portanto, não está no estado - que é seu grande causador. Ela passa pelo mercado - esse ente abstrato, mas extremamente eficiente. É claro que, ainda que estivéssemos em um Ancapistão, o chocolate estaria mais caro hoje do que no passado, por causa dos problemas de produção. Contudo, os produtores teriam um excelente incentivo financeiro, com a alta de preços, para investir na ampliação de suas lavouras, levando a uma estabilização da oferta no médio prazo. Essa oferta restabelecida, por sua vez, faria os preços voltarem ao antigo patamar, e o chocolate voltaria a ficar acessível.

Contudo, quando colocamos o estado nessa equação, os incentivos de mercado são perdidos. De nada adianta investir em expansão da produção, se o governo vai destruir a sua moeda via inflação. Nesse cenário, o melhor a se fazer é escolher insumos mais baratos e, portanto, de pior qualidade, para estabilizar o preço e manter a receita, segurando as pontas o quanto for possível. É por isso que, no Brasil de Lula e Haddad, o chocolate tem gosto de açúcar, de gordura hidrogenada e de muito, muito imposto. Só não tem gosto de chocolate mesmo.




Referências:

https://revistaoeste.com/economia/venda-de-chocolates-na-pascoa-tem-primeira-queda-desde-2021/

https://grupostudio.com.br/noticia/impostos-sobre-chocolates/

https://br.tradingview.com/symbols/ECONOMICS-BRM2/?timeframe=12M

https://blog.logcomex.com/importacao-exportacao-chocolate

Preço do OVO DE PÁSCOA dispara e ultrapassa os R$ 400, mas de quem é a culpa?
https://www.youtube.com/watch?v=_w3UPOa4zqE