Daron Malakian ousou se declarar de extremo centro — e isso bastou para despertar o ódio da esquerda que se diz tão progressista e tolerante.
Daron Malakian, guitarrista e vocalista do System of a Down e conhecido por sua personalidade irreverente, tornou-se alvo de uma onda de críticas que pouco têm a ver com sua música, e muito com o ódio e intolerância típicos do esquerdismo. Após o assassinato covarde do ativista estadunidense Charlie Kirk, Malakian ousou, em uma postagem nas redes sociais, condenar a violência política em todas as suas formas e se autodefiniu como sendo de extremo centro — acompanhando a declaração com um emoji de dedo do meio, recusando se submeter aos rótulos tradicionais do espectro político.
O gesto, que claramente se trata de um posicionamento legítimo e inofensivo, foi suficiente para despertar a fúria de setores da esquerda, particularmente dos "fãs" brasileiros, tornando o guitarrista um herege e alvo de linchamento moral. O episódio, mais do que um mero desentendimento no mundo da música, escancara a realidade da chamada "tolerância" progressista: celebrada no discurso, mas abandonada sempre que alguém tem a audácia de não seguir cegamente a cartilha ideológica.
É curioso observar que o que Malakian fez não foi de forma alguma um chamado à violência, nem um alinhamento a "movimentos de ódio" ou mesmo uma defesa explícita de valores associados ao conservadorismo. Muito pelo contrário: tratou-se de um ato de rejeição à polarização, condenando o extremismo e pregando, ao invés disso, o pensamento independente e livre de grilhões ideológicos. Não coincidentemente, essa recusa foi interpretada como um crime por aqueles que mais dizem amar a banda, revivendo a velha máxima leninista: "quem não está conosco, está contra nós". Seu posicionamento como sendo de extremo centro não é apenas uma provocação sarcástica aos extremistas, mas uma afronta ao monopólio de narrativa que a esquerda cultural tenta impor. Não se trata de apenas uma discordância de ideias, mas de castigar a simples possibilidade de um artista popular reivindicar sua autonomia intelectual.
(Sugestão de Pausa)
Esse tipo de reação revela uma contradição fundamental: a esquerda contemporânea adora se apresentar como campeã da diversidade, da pluralidade e da tolerância; aplaude com entusiasmo qualquer forma de identidade cultural, étnica ou sexual, desde que esteja em consonância com sua agenda. Mas quando o assunto é diversidade política, se desfaz todo o teatrinho. A pluralidade de ideias, tão essencial para a vida intelectual saudável, passa a ser vista como ameaça, e não como riqueza e alicerce para o verdadeiro progresso da humanidade. Nesse sentido, a condenação de Malakian serve para deixar ainda mais claro o que qualquer pessoa que veja o mundo político de maneira desapaixonada já sabe: o discurso da tolerância, na prática, nunca passou de um instrumento de controle, usado para unir os ingênuos e os puramente vis na defesa do dogma ideológico.
O contraste fica ainda mais gritante quando observamos o outro lado da moeda. Enquanto Malakian é atacado por não se encaixar em nenhum dos polos e simplesmente condenar violência política, temos bandas como Rage Against the Machine sendo veneradas como ícones de "rebeldia" e "resistência", mesmo carregando em sua trajetória um histórico explícito de culto ao comunismo, à violência revolucionária e, mais recentemente, de apoio a medidas autoritárias como o lockdown durante a pandemia de Covid. Afinal, não existe nada mais revolucionário do que obedecer de bom grado as ordens abusivas do Leviatã, dizendo ser a favor da saúde enquanto fecha os olhos para a destruição intencional da economia e, consequentemente, da vida de milhões de trabalhadores que tanto dizem defender.
A diferença de tratamento não é isolada, mas sim evidência do duplo padrão da patrulha ideológica: quando a mensagem serve à agenda, a onda de autoritarismo se torna "resistência", enquanto qualquer pensamento dissonante, especialmente quando individualista em sua essência, é automaticamente taxado de nazismo, fascismo, taxismo ou qualquer outro -ismo que queiram.
O Rage Against the Machine construiu sua carreira embalando slogans comunistas em riffs poderosos e letras inflamadas contra o "sistema", mas foi principalmente no palco que consolidou sua estética de rebeldia. Em apresentações históricas, a banda exibiu bandeiras da organização terrorista marxista EZLN (Exército Zapatista de Liberação Nacional), e frequentemente exalta figuras como Emiliano Zapata e até Che Guevara, transformando a estética revolucionária em parte inseparável de sua performance.
(Sugestão de Pausa)
Esse apelo visual atingiu seu ápice em 2010, no festival SWU em Itu, quando Tom Morello subiu ao palco usando um boné do MST e o vocalista Zack de La Rocha dedicou "People of the Sun" aos parasitas militantes da organização. Longe de representar um confronto real com o poder, essa rebeldia serve como propaganda para regimes e ideologias que pregam a supressão impiedosa da liberdade individual.
O culto à foice e ao martelo, responsável por mais mortes do que qualquer epidemia ou desastre natural, e até hoje oprimindo milhões de indivíduos inocentes, não só é aceitável, mas visto como belo e moral pela mesma esquerda que se escandaliza quando um músico simplesmente se recusa a tomar partido. O apoio a políticas estatais draconianas, como no caso dos lockdowns, que reduziram cidadãos a prisioneiros em suas próprias casas, deixa claro que não se trata de "resistir ao sistema", mas de aplaudir o establishment no momento exato em que ele esmagava direitos básicos em nome de uma suposta segurança coletiva.
É aqui que o contraste com Malakian ganha força libertária. O guitarrista não defendou ditaduras, não celebrou tiranias, não pediu censura nem controle social. Apenas condenou violência e se recusou a participar do jogo de tribalismo político, e isso foi insuportável para os esquerdistas. A patrulha cultural não teme realmente discursos radicais, desde que alinhados ao "lado certo da história", que no caso só mostra consistência quando o assunto é abolir a propriedade privada e pregar violência contra seus opositores, rejeitando os fundamentos de qualquer sociedade civilizada.
O que ela teme é o exemplo de independência que quebra o consenso fabricado, mostrando que é possível existir fora das trincheiras da guerra política, apoiando os próprios ideais ao invés de cultuar cegamente partidos políticos. O medo é que mais vozes sigam o mesmo caminho, recusando a lógica de "amigo ou inimigo", e minando assim a narrativa maniqueísta que dá à esquerda cultural seu poder simbólico. A lição que fica é clara: a coerência não interessa. O que importa é a obediência.
(Sugestão de Pausa)
Malakian é punido não por errar, mas por não obedecer o Ministério da Verdade. Rage Against the Machine é celebrado não por ser moralmente superior, mas por reforçar a ilusão narcisista de "oposição" ao status quo. Do ponto de vista libertário, esse fenômeno não é surpresa. O progressismo cultural, como qualquer ideologia abraçada pelos estatistas, não tem compromisso com a liberdade, mas com o controle. Sua tolerância não é princípio, e sim apenas um meio de ampliar sua influência. É por isso que Malakian, com seu "extremo centro", provoca tanto incômodo: porque simboliza a recusa a jogar esse jogo. Ao rejeitar os dois polos da violência política, ele expõe a hipocrisia de quem prega diversidade enquanto define qual discurso é ou não aceitável.
Em última análise, o caso Malakian serve como espelho para um problema maior. Vivemos em uma era em que artistas e intelectuais só são aceitos publicamente se jurarem lealdade a causa progressista. Não importa se você é contra a violência, não importa se sua postura é de moderação ou independência: se não está do lado deles, será tratado como se estivesse no extremo do outro. O "extremo centro" de Daron Malakian talvez seja apenas uma provocação para romper com narrativas políticas, mas é uma provocação carregada de significado. Em outras ocasiões, o guitarrista já se declarou favorável ao direito de possuir armas — uma posição cada vez mais rara no mundo artístico, mas que dialoga diretamente com a noção de autodefesa como pilar da liberdade individual.
Esse detalhe reforça que sua recusa em se enquadrar não é mero capricho, mas um gesto de independência intelectual: a coragem de não ser manipulado pela lógica tribal que domina a política contemporânea. Ao ser atacado por isso, Malakian mostra ao mundo o que muitas pessoas já sabem, mas poucos ousam dizer: a tolerância progressista é uma farsa, e a verdadeira rebeldia está em pensar por conta própria.
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https://www.nme.com/news/music/daron-malakian-scars-on-broadway-addicted-to-the-violence-album-system-of-a-down-interview-3878421
https://en.wikipedia.org/wiki/Political_views_and_activism_of_Rage_Against_the_Machine
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ex%C3%A9rcito_Zapatista_de_Liberta%C3%A7%C3%A3o_Nacional
https://rollingstone.com.br/noticia/o-dia-em-que-tom-morello-incentivou-fas-a-invadirem-a-pista-vip/