A empresa ADM Nutrição Animal fecha fábrica avaliada em 1,5 bilhão de reais em Três Corações, demitindo mil pessoas na cidade mineira. Esse é o verdadeiro custo Brasil e a conta de fazer o L. Infelizmente, teremos novos recebedores do Bolsa Família.
A ADM Nutrição Animal, uma empresa multinacional e uma das maiores produtoras de alimentos para animais de estimação, confirmou o encerramento de sua fábrica de ração em Três Corações, Minas Gerais. O empreendimento representa um investimento bilionário e emprega cerca de mil trabalhadores. A unidade, que tinha capacidade para produzir até 500 mil toneladas anuais de ração para pets, será desativada em três meses, após negociações fracassadas para sua venda ao longo de doze meses. O fechamento do complexo faz parte de um plano de reestruturação e redução de custos, e coincide com a abertura de uma nova instalação no México. Isso evidencia a preferência por mercados com maior estabilidade regulatória e incentivos fiscais mais atrativos, e mostra também como a crise econômica que o Brasil enfrenta está cada vez pior.
O impacto econômico será profundo na cidade mineira de 80 mil habitantes. Além das demissões diretas, estima-se que mais 300 empregos indiretos sejam perdidos, atingindo toda uma rede de fornecedores e prestadores de serviços locais. Isso mostra a tendência de concentração de unidades produtivas em países com ambiente de negócios mais favorável, enquanto o Brasil dificulta que empresas cresçam e compitam com grandes corporações já estabelecidas no setor. Perdemos mais uma indústria devido à carga tributária, à insegurança jurídica e à falta de incentivos adequados. A saída da ADM abre espaço para uma reorganização do setor pet food brasileiro, mas é improvável que a lacuna seja ocupada rapidamente, o que tende a aumentar a concentração do mercado e os preços para os consumidores finais.
O fechamento da fábrica revela uma crise profunda, que ultrapassa — e muito — a simples perda de empregos. Este episódio simboliza o acelerado processo de desindustrialização que consome nossa economia, fruto direto de políticas governamentais que sistematicamente minam a competitividade das empresas no Brasil. A decisão de transferir toda a operação para o México está longe de ser precipitada; trata-se de uma resposta racional a um ambiente de negócios que se tornou inviável. A realidade que se impõe é cruel para o Brasil: o país está se transformando em um dos piores lugares do mundo para se fazer negócios. O excesso de regulamentações asfixiantes, uma carga tributária que beira o confisco e uma insegurança jurídica crônica formam um coquetel intragável que afasta investidores. Empresas não abandonam operações de 1,5 bilhão de reais por vontade própria; são forçadas a fazê-lo quando o Estado torna a operação lucrativa impossível.
(Sugestão de Pausa)
O sistema tributário brasileiro é particularmente perverso, consumindo mais de 30% do PIB em uma teia complexa de impostos que se acumulam em cada etapa da produção. E isso sem contar o imposto oculto que é a inflação — cujo processo e os efeitos do fenômeno de Cantillon já explicamos melhor em outros vídeos do canal. Enquanto nossos industriais lutam para navegar neste labirinto fiscal, países como o México oferecem não somente regimes tributários mais racionais, mas também vantagens logísticas e acesso privilegiado ao maior mercado consumidor do mundo. O resultado dessa equação é inevitável: indústrias fecham aqui para abrir onde são bem-vindas, deixando para trás milhares de trabalhadores desempregados.
A insegurança jurídica brasileira, já mencionada, é outro fator devastador. Mudanças constantes na legislação trabalhista, ambiental e tributária inviabilizam o planejamento de investimentos de longo prazo. Afinal, se os executivos não conseguem prever quais serão as regras do jogo nos próximos anos, eles naturalmente direcionam investimentos para países com maior estabilidade institucional.
A burocracia brasileira é um obstáculo adicional que sufoca a produtividade. Licenças ambientais que demoram anos para serem aprovadas, processos trabalhistas intermináveis e regulamentações sanitárias excessivas criam custos operacionais que tornam empresas brasileiras menos competitivas do que suas concorrentes internacionais. O impacto no município de Três Corações ilustra como políticas estatais equivocadas destroem comunidades inteiras. Uma cidade de 80 mil habitantes perde uma empresa geradora de empregos e renda, desencadeando um efeito dominó que afeta o comércio local e as oportunidades para os jovens.
(Sugestão de Pausa)
A perda de capacidade produtiva nacional tem consequências estratégicas graves. Quando o Brasil perde fábricas como a da ADM, o país se torna mais dependente de importações, vulnerável a crises de abastecimento e sujeito a flutuações cambiais que encarecem produtos essenciais. A concentração do mercado pet food prejudicará os consumidores com preços mais altos e menor diversidade de produtos. Com menos concorrência, as empresas remanescentes podem praticar os preços que quiserem, sem medo de perder mercado. Isso afeta especialmente as famílias de baixa renda, que dependem de rações mais acessíveis para alimentar seus animais de estimação.
A destruição de conhecimento técnico e especialização industrial é irreversível. Quando esses profissionais demitidos se dispersam para outros setores ou ficam desempregados, o Brasil perde capital humano que levou anos para se formar. O fechamento também demonstra como políticas de “proteção” ao trabalhador frequentemente resultam em desemprego em massa. Leis trabalhistas rígidas, que tornam demissões caras e contratações arriscadas, levam empresas a evitar contratações — ou até mesmo a encerrar operações. A “proteção” estatal acaba se transformando em desemprego real.
Para um libertário, essa desindustrialização é apenas uma consequência previsível e inevitável do intervencionismo estatal e de tudo o que envolve o chamado custo Brasil. A solução não está em aumentar o Estado e suas leis, por meio de subsídios governamentais ou proteções artificiais, mas sim na eliminação radical de todas as barreiras estatais que impedem o livre funcionamento do mercado. Com a crise econômica intensificada pelo PT e seus aliados, o povo perde poder de compra, e as empresas sentem isso com a queda nas vendas, e veem seus lucros derreter. Por isso, empreender no Brasil é quase proibitivo e muitas vezes nem compensa. Infelizmente, todos perdem em um país cada vez mais estatizante, que condena o empreendedorismo e o enriquecimento honesto.
(Sugestão de Pausa)
A filosofia libertária reconhece que empresas devem ter total liberdade para decidir onde investir, produzir e operar, baseando-se exclusivamente em considerações econômicas, não em pressões políticas ou nacionalismo econômico. Se a multinacional ADM considera mais vantajoso produzir no México, isso reflete as vantagens competitivas reais daquele país — e não uma “traição” ao Brasil, como muitos irão afirmar. O empresário apenas busca operar onde é mais bem-vindo e onde seus negócios são facilitados. É por isso que regiões economicamente livres e com baixos impostos, como Singapura, Suíça, Austrália e Hong Kong, atraem uma enorme quantidade de investimentos.
Uma possível solução, do ponto de vista libertário, seria a eliminação completa dos impostos sobre produção, substituindo-os por uma privatização total de todas as funções governamentais. Sem impostos e regulações, empresas brasileiras se tornariam instantaneamente tão competitivas quanto suas concorrentes internacionais. A abolição das regulamentações trabalhistas permitiria que empregadores e empregados negociassem livremente os termos de seus contratos, criando flexibilidade benéfica para ambas as partes. Trabalhadores poderiam optar por salários menores em troca de maior estabilidade, ou salários mais altos assumindo mais riscos — conforme suas preferências individuais.
A eliminação de licenças e regulamentações estatais seria substituída por responsabilidade civil direta. Empresas que causassem danos ambientais seriam responsabilizadas diretamente por compensar as vítimas, por meio de tribunais privados — criando incentivos mais eficazes à proteção ambiental do que qualquer burocracia estatal. A privatização do sistema judiciário, por meio de arbitragem privada, eliminaria a corrupção sistêmica e a insegurança jurídica que afastam investimentos. Árbitros privados, competindo entre si, teriam incentivos para tomar decisões rápidas, justas e consistentes — algo que o sistema judicial estatal monopolista é incapaz de oferecer.
(Sugestão de Pausa)
Além disso, a ausência de barreiras comerciais permitiria que empresas importassem insumos e equipamentos do mundo inteiro sem tarifas ou burocracias, reduzindo custos de produção e aumentando a competitividade. Isso se refletiria em preços mais baixos. Ao mesmo tempo, exportadores brasileiros teriam acesso irrestrito aos mercados globais. Já uma educação totalmente privada e conectada com as demandas reais do mercado prepararia os jovens com habilidades práticas e úteis, capacitando-os para bons empregos. Ademais, uma moeda independente do controle do Banco Central — como o Bitcoin — eliminaria a inflação que corrói salários e impede o planejamento empresarial de longo prazo. Com uma moeda estável, lastreada em ouro ou em ativos digitais como o próprio Bitcoin, seria possível fazer investimentos de décadas sem o risco da desvalorização monetária — algo que hoje parece quase utópico.
A descentralização radical eliminaria a imposição de políticas econômicas uniformes por burocracias centralizadas. Regiões diferentes poderiam adotar abordagens específicas para atrair investimentos, de acordo com suas vantagens comparativas — criando uma competição saudável entre jurisdições, o que beneficiaria todos. A responsabilidade individual se aplicaria a todas as decisões econômicas: trabalhadores seriam responsáveis por desenvolver habilidades úteis; empresários, por fazer investimentos racionais; e consumidores, por escolher produtos de maior valor. Isso eliminaria a mentalidade de dependência estatal que paralisa a economia. Empresas ineficientes seriam naturalmente eliminadas, enquanto as boas seriam recompensadas. Não haveria mais monopólios estatais inúteis, sustentados com dinheiro público e usados como cabides de emprego.
Em suma, o fechamento da fábrica da ADM demonstra a necessidade urgente de uma mudança libertária, começando pela mentalidade: é preciso eliminar a visão anticapitalista ainda predominante no povo brasileiro e o peso esmagador do Estado sobre a economia. Somente por meio da liberdade total de mercado o Brasil poderá recuperar sua competitividade industrial e oferecer prosperidade real aos seus cidadãos. É tempo de reconhecer que o Estado é o problema, não a solução.
O famoso empresário brasileiro Barão de Mauá já dizia sobre comércio e progresso:
“Sem liberdade econômica, não há riqueza duradoura, nem comércio forte, nem nação respeitada.”
https://clickpetroleoegas.com.br/fechamento-de-fabrica-avaliada-em-r-15-bilhao-deixa-cidade-em-estado-de-choque-quase-mil-pessoas-sao-demitidas-em-um-unico-dia-nmb91/
https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2025/07/17/fechamento-de-fabrica-de-racoes-levanta-preocupacao-com-impactos-economicos-em-tres-coracoes-mg.ghtml
https://cdn.mises.org/Defending_the_Undefendable_2018.pdf
https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/44495/1/TCC%20-%20Desindustrialização%20no%20Brasil%20-%20Governo_Antonio%20Carlos%20de%20Mo.pdf
https://agfeed.com.br/negocios/adm-nutricao-animal-recalcula-rota-e-busca-comprador-para-area-de-pet-food-no-brasil/