Escola americana troca professores por I.A. e tem apenas duas horas de aula por dia. Isso nunca aconteceria no Brasil, já que o MEC iria abortar qualquer possibilidade dessa startup ir para frente.
Uma ideia genial e promissora da startup milionária Alpha School está gerando comoção no mundo todo. Lá nos Estados Unidos, ela está prometendo revolucionar a educação com uma proposta ousada de trocar professores por inteligência artificial, reduzir as aulas tradicionais para duas horas por dia e cobrar 40 mil dólares por ano. Sim, você ouviu certo. Uma escola que substitui humanos por algoritmos, troca séries por “níveis de conhecimento” e transforma o restante do dia em workshops de oratória, finanças pessoais e jogos de equipe, sem professores socialistas tentando doutrinar seu filho a dizer “menine”. O sonho de todo pai moderno, não é? A ideia é que a IA detecta o nível atual do aluno, acelera o que já sabe, reforça o que erra e, em poucas horas, cobre matemática, ciências e leitura. E o resto do tempo? Focado naquilo que é realmente importante, como a socialização, habilidades fundamentais para a vida e guias de aprendizagem, que nesse caso seriam seres humanos, com formação em startups e tecnologia e não em pedagogia. Eles ficam responsáveis por motivar, elogiar e garantir que os alunos estejam realmente aprendendo. Tudo parece saído de um episódio de Black Mirror, ou melhor, White Mirror, já que na série o mundo é distópico e esse modelo está mais para uma utopia solar punk.
A escola já tem unidades no Texas, Flórida, Arizona e Califórnia, e planeja chegar a Nova York. E, enquanto isso, o mundo da educação tradicional olha com uma mistura de fascínio e horror. “Especialistas” nos EUA já levantam a voz dizendo que duas horas de conteúdo básico é pouco, e criticam que o excesso de tela pode robotizar as crianças. Além disso, tecem comentários negativos sobre o fato dos guias sem licenciatura, se eles sabem mesmo ensinar. Alguns ainda dizem que o modelo não fornece a possibilidade de pensamento crítico. Mas em que escola temos isso atualmente? A Pensilvânia já barrou modelos parecidos por não seguirem padrões acadêmicos. Mas, ainda assim, a Alpha School cresce. Por quê? Porque toca um ponto real que é o sistema tradicional ser lento, padronizado e desatualizado. A empresa compreendeu que a IA, se bem usada, pode personalizar o aprendizado como nunca, já que ela é uma ferramenta, e se aquele que a utiliza souber o que está fazendo, pode gerar muito valor.
Só que, se esse modelo fosse trazido para o Brasil, não viraria inovação. Viraria pesadelo burocrático. Porque aqui, qualquer coisa que cheire a progresso é imediatamente cercada pelo MEC, sindicatos e burocratas que vivem do atraso. Na verdade, sendo bem sincero, a inovação não iria nem chegar perto, já que seria barrada pelos burocratas em Brasília. A Alpha School, no Brasil, não seria uma escola, mas um campo de batalha ideológico.
Se a Alpha School colocar o pé por aqui, o MEC, com sua máquina de papelada e seu amor incondicional por diretrizes curriculares de 800 páginas, receberia a notícia de uma escola sem séries, sem professores tradicionais e com IA no comando e riria dos donos da startup. O primeiro impulso não seria estudar, entender ou testar, mas proibir. Quem sabe, algo pior aconteceria, como a sua regulamentação. Em seis meses, teríamos uma portaria exigindo que a IA siga a BNCC, use o livro didático aprovado em 2017 e inclua 40% de conteúdo sobre “valores cidadãos”. A “personalização” seria substituída por “padronização com cara de futuro”, a “inovação” viraria mais um capítulo do manual de controle estatal e a carga horária com professores teria que ser de mais quatro horas para que eles pudessem doutrinar seus alunos e garantir seu emprego.
Os sindicatos de professores, por sua vez, entrariam em modo de guerra. Não porque se preocupam com a qualidade da educação, afinal, para eles isso é secundário, mas, principalmente, porque qualquer ameaça à estrutura atual é uma ameaça aos empregos, aos privilégios e ao poder dos professores. A IA não é vista como uma ferramenta para liberar o professor das tarefas repetitivas e elevá-lo a mentor, guia e facilitador. É vista como uma máquina de demissão. E, claro, ninguém quer perder o cargo, o plano de saúde e o direito à aposentadoria precoce. Então, em vez de evoluir com o tempo, o sistema se fecha. A inovação é taxada de “desumanização”, “robotização” e “falta de afeto”. Como se o atual sistema, no qual professores são sobrecarregados, mal pagos e forçados a repetir conteúdos para turmas de 40 alunos, fosse o ápice do calor humano.
O trágico é que, enquanto isso acontece nos Estados Unidos, milhões de jovens continuam presos em escolas onde o conhecimento é repassado como era em 1890. O aluno médio não consegue ler um texto simples, a matemática é um trauma coletivo e a “educação para a vida” se resume a copiar resumos da internet, mas à mão, é claro, porque com certeza será copiado de uma IA, então o aluno terá o trabalho de copiar. E, no meio desse fracasso, o estado insiste em manter o monopólio. Não permite experimentação ou espaço para modelos diferentes. Qualquer tentativa de inovação é sufocada antes mesmo de respirar, porque, no fundo, o que importa não é educar, mas controlar a mente das futuras gerações e garantir que o sistema siga funcionando, mesmo que pessimamente.
Em um mundo libertário, isso não aconteceria. A Alpha School não seria uma exceção cara e elitista, mas apenas uma opção entre muitas, logo ao lado do homeschooling e do unschooling. Não haveria MEC para dizer o que pode ou não ser ensinado. Não haveria sindicato para vetar mudanças, ou burocracia para transformar inovação em papelada. Pais decidiriam onde matricular seus filhos, seja em uma escola tradicional, com quadro negro e professor falando, ou em uma com IA, com laboratórios de programação, com mentores de verdade. Poderiam optar por homeschooling, cooperativas, escolas comunitárias que podem ou não utilizar IA e a internet. Tudo seria possível, e aquela que formasse melhores cidadãos, que preparasse bem, que encantasse os pais e que entregasse resultados seria a que teria maior prosperidade.
O professor não seria substituído, mas liberto. A IA cuidaria das correções, dos exercícios repetitivos, da detecção de erros. O humano, então, poderia fazer o que ele faz melhor: inspirar, conversar, desafiar e escutar. Seria um guia de verdade, não um fiscal de presença. Já os alunos, aprenderiam no seu ritmo, cada um com o seu. Alguns avançariam rápido em matemática, outros demorariam, mas contariam com apoio real. Nada de passar de ano por pena, ou reprovar devido ao sistema ter falhado com ele. A produtividade do conhecimento explodiria, assim como o conhecimento geral da população. A tecnologia seria abraçada, ao invés de ser temida. Porque, em um mundo no qual o mercado decide, quem resiste à inovação vai à falência. E, ironicamente, quanto mais tecnologia, mais humanidade, afinal, o tempo ganho com automação seria usado para o que realmente importa: conversa, dúvida e descoberta.
Ludwig von Mises já mostrou que o planejamento central sempre falha. Porque ninguém, por mais inteligente que seja, pode saber o que é melhor para milhões de pessoas diferentes. A solução não vem de Brasília, mas da ação individual, da livre escolha, da competição. A educação não é diferente. O estado monopoliza esse setor aqui em nosso país, deixando a qualidade do ensino pobre. Ele nivela por baixo, deixa de lado aqueles que têm dificuldades e ignora as mentes brilhantes. Ele protege o sistema, não o aluno. A Alpha School, com todos os seus excessos, é um sinal. Um sinal de que o modelo tradicional falhou. De que os pais estão cansados e de que a tecnologia pode ajudar, se não for estrangulada por burocratas e corporações sindicais. No Brasil, esse sinal é demonizado, pois o que está em jogo não é a qualidade da educação, é o poder, o controle da narrativa, da manutenção de professores medíocres que querem mais doutrinar do que ensinar.
Mas, em um mundo onde as pessoas são livres, a educação não seria um monopólio estatal, mas um serviço como qualquer outro. E, como qualquer serviço bom, evoluiria, mudaria, testaria, erraria e acertaria. E, com o tempo, se tornaria melhor, não por ordem governamental, mas por pressão do cliente, sendo ele o aluno, o pai e a família. A verdadeira revolução educacional não está no congresso, mas em devolver aos pais o direito de permitirem escolher o que acham melhor. Está em deixar que a inovação floresça sem solicitar permissão, em entender que educação de qualidade não se impõe, se conquista. Porque ninguém cuida melhor de uma criança do que quem a ama. E ninguém escolhe melhor do que quem tem liberdade.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2025/08/31/escola-troca-professores-por-inteligencia-artificial-e-tem-2-horas-de-aula-por-dia-mensalidades-partem-de-r-18-mil.ghtml
https://clickpetroleoegas.com.br/alpha-school-aposta-em-inteligencia-artificial-e-aulas-de-2-horas-por-dia-nos-eua-sima00
https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/historia-hoje/escola-nos-eua-substitui-professores-por-inteligencia-artificial.phtml
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2025/08/escola-nos-eua-nao-tem-professores-usa-inteligencia-artificial-e-aulas-duram-duas-horas-por-dia.shtml