É curioso que: quando a Guiana descobre petróleo, é desenvolvimento, quando a Venezuela derrama óleo ninguém fala nada, mas quando o Brasil tenta explorar com responsabilidade, de repente tudo vira 'crime ambiental'.
O anúncio recente da aprovação da última etapa do licenciamento ambiental para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas pelo Ibama marcou um ponto de virada no debate sobre o futuro energético do Brasil. A decisão veio após a Avaliação Pré-Operacional, realizada no fim de agosto, uma simulação complexa destinada a testar os planos de emergência e os protocolos de proteção à fauna da Petrobras diante da possibilidade de acidentes. Os técnicos do órgão ambiental recomendaram a aprovação, mas não sem ressalvas, sugerindo melhorias importantes que deverão ser incorporadas pela companhia. O aval final, portanto, não foi apenas um gesto burocrático, mas um reconhecimento de que a Petrobras mostrou robustez técnica, ainda que precise aprimorar seus processos.
Apesar de ressalvas, a relevância estratégica dessa aprovação frente ao lobby ambientalista não pode ser subestimada. A Margem Equatorial, onde se localiza a Foz do Amazonas, é vista como a nova fronteira petrolífera do país. Essa região já desperta interesse internacional. Basta observar o caso da Guiana, que viu sua economia transformar-se radicalmente com a exploração do petróleo. Em 2020, o PIB per capita era de 6.755 dólares e, em apenas quatro anos, saltou para impressionantes 29.833 dólares, uma escalada que dificilmente encontra paralelo no mundo. Para o Brasil, cuja economia é diversificada e significativamente mais forte, não se promete apenas um rápido crescimento econômico, mas também mais autonomia energética, tornando-se estratégico na perspectiva de esgotamento do pré-sal.
De acordo com estimativas da PPSA (Pré-Sal Petróleo S/A), em 2025 a produção do pré-sal deve ser de 1.268 milhões de barris por dia e crescer constantemente para passar do nível de 2 milhões em 2029 e atingir seu pico em 2030. Depois disso, essa produção começa a diminuir e chega a 2.071 milhões em 2031 e descendo para o nível dos 2 milhões em 2033 e atingindo os 1.991 milhões por dia em 2034, o último ano de projeções.
(Sugestão de Pausa)
Se nada for feito e a produção cair, a economia do Brasil se tornará mais vulnerável às oscilações nos preços globais do petróleo e às mudanças na política climática global. Ou seja, a gasolina ficará ainda mais cara na bomba.
Mais do que um argumento técnico, a exploração da Foz do Amazonas suscita um conflito entre percepções sobre o desenvolvimento. Entre aqueles que consideram este projeto uma oportunidade histórica e aqueles que o consideram uma catástrofe ambiental de proporções colossais, há um país que tem de harmonizar o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental numa das áreas mais delicadas do globo.
As vozes críticas não são raras e nem desprezíveis, elas têm um lobby colossal no congresso e são bancadas por organizações estrangeiras subversivas, como a Open Society de George Soros. Segundo eles, a região da Foz do Amazonas contém um ecossistema marinho de interesse mundial, ainda mal estudado em termos de biodiversidade. É um patrimônio natural que desperta admiração entre cientistas e ecologistas e que, por ser pouco conhecido, merece cautela dobrada. Foram recentemente descobertos recifes de coral de grande profundidade naquele local, estruturas que têm funções berçárias para os seres da vida marinha e que podem ser perdidas com vazamentos de petróleo. Aqui vivem duas espécies ameaçadas e populações completas de peixes que alimentam populações pesqueiras da região.
Um desastre ambiental nesse contexto seria devastador. Basta lembrar o derramamento de óleo que atingiu as praias do Nordeste em 2019. Milhares de toneladas de petróleo cru atingiram a costa, impactando a pesca artesanal, o turismo e a vida marinha. A imagem de tartarugas cobertas de óleo e praias interditadas ainda permanece viva na memória coletiva, servindo de exemplo do que pode ocorrer quando o petróleo escapa ao controle humano. Para os críticos da exploração da Foz, este episódio é uma advertência concreta, quase profética, de que não há como controlar plenamente os riscos.
Os ambientalistas ainda levantam os povos indígenas e comunidades tradicionais como estando entre os mais preocupados. As Terras Indígenas Uaçá, Juminã e Galibi, que juntas somam cerca de 13 mil habitantes distribuídos em mais de 50 comunidades, podem ser diretamente afetadas. A contaminação das águas, a perda de meios de subsistência e até mesmo deslocamentos forçados são riscos apontados por lideranças locais. A ameaça levantada não seria apenas ambiental, mas também cultural e existencial, atingindo modos de vida ancestrais que já sofrem pressão da mineração ilegal, agronegócio predatório e mudanças climáticas.
(Sugestão de Pausa)
A oposição à exploração não é apenas retórica política, é também fruto de traumas gerados por tentativas de exploração no passado que resultaram em desastres. Experiências anteriores, como a construção da rodovia transamazônica, tiveram impactos sociais e ambientais irreversíveis. Para muitos críticos, a insistência em grandes empreitadas na região repete erros históricos, travestidos de discursos de progresso e geração de renda.
Apesar do apelo popular dos argumentos ambientalistas, é preciso separar receios legítimos de distorções ou generalizações precipitadas. Se basear em projetos realizados na década de 70 para barrar a exploração atual é ignorar 50 anos de progresso tecnológico. O próprio exemplo do vazamento de óleo no Nordeste, tão frequentemente evocado, não pode ser atribuído à Petrobras ou à competência técnica brasileira. As investigações oficiais levantaram três hipóteses para o desastre: naufrágio de um petroleiro, falha em operações de transferência entre embarcações ou despejo criminoso. A apuração se concentrou em 23 embarcações estrangeiras suspeitas.
Um dos principais alvos foi o navio grego Bouboulina, administrado pela empresa Delta Tankers, que passou pelo polígono identificado como provável ponto de origem da mancha. Embora a companhia tenha negado qualquer irregularidade, o episódio mostrou que os riscos muitas vezes estão mais ligados ao transporte internacional de petróleo do que à exploração feita sob rígido controle técnico. Além disso, laudos da Petrobras e da Universidade Federal da Bahia identificaram que o óleo encontrado era de origem venezuelana. A Venezuela, por sua vez, rejeitou a acusação de responsabilidade, enquanto pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas levantaram a hipótese de vazamentos no Golfo da Guiné, próximo a Camarões, como possível fonte indireta. Em suma, nada nesse desastre aponta para falhas operacionais da Petrobras.
Mas o que realmente aparta a Petrobras de qualquer responsabilidade sobre esse desastre no nordeste é justamente sua capacidade tecnológica e científica de desenvolver soluções que minimizem riscos. A companhia dedica intensamente ao desenvolvimento e pesquisa para tornar suas operações mais seguras e menos poluentes. Isso pode ser visto claramente na recente tecnologia Hisep que ao separar gás carbônico e petróleo no fundo do oceano diminui drasticamente as quantidades liberadas de CO₂ para atmosfera. Na experiência prática, o gás é liquefeito e reinjetado no subsolo, isso não só diminui efeitos sobre o meio ambiente como abre espaço para explorar reservatórios antes não adequados por serem ricos em CO₂.
(Sugestão de Pausa)
A descarbonização do setor do petróleo, como afirmou o presidente da Petrobras, não é uma questão ideológica, porém imperiosa para garantir uma transição energética menos traumática. Embora ainda seja dependente dos hidrocarbonetos, é fundamental que seja retirado com o menor impacto para o meio ambiente possível, e que tanto demonstra estar à frente disso para a Petrobras.
O próximo grande salto foi dado com aplicação no mercado do mais influente setor tecnológico da nossa época, a inteligência artificial. Pesquisadores da USP desenharam uma técnica que conjuga mecânica dos fluidos com aprendizado de máquina e desenhos mais adequados para prever como os poços vão se comportar. Resultado: operações mais eficazes e seguras. Esse breakthrough pode levar a economia de milhões de dólares para os custos de capital e de operação e garantir mais estabilidade para fornecimento de petróleo, protegendo o mercado contra crises inesperadas como a da pandemia.
O monitoramento inteligente reduz a chance de catástrofes ambientais e aumenta a segurança dos trabalhadores ao eliminar efetivamente o desperdício de energia do ciclo de extração. Esses são apenas alguns dos exemplos de como ciência e tecnologia são fortes fomentadoras do desenvolvimento sustentável, provando que o progresso não é incompatível com preservação do meio ambiente e a economia extrativista.
(Sugestão de Pausa)
Ao longo de sua história, a Petrobras construiu uma reputação sólida de competência na área de segurança, sendo reconhecida mundialmente por suas inovações em águas profundas. O histórico da empresa não mostra negligência, mas sim constante aprimoramento nessa área. Apesar disso, nem tudo é um mar de rosas. É verdade que, por ser estatal, a companhia sofre cronicamente com ineficiência, burocracia e ingerências políticas, mas ainda assim consegue entregar resultados consistentes e pioneiros. Isso nos leva a imaginar o potencial que poderia ser atingido caso empresas privadas com ainda mais agilidade e liberdade de investimento assumissem papel protagonista na região, ou até mesmo a própria Petrobras ser privatizada.
O debate sobre a exploração da Foz do Amazonas revela algo maior do que uma simples disputa entre economia e meio ambiente. O que está em jogo é a forma como a sociedade brasileira encara sua soberania energética e sua capacidade de conciliar progresso com responsabilidade ambiental. É inegável que as preocupações ambientais precisam ser consideradas com seriedade, e a própria ética libertária possui dispositivos que tratam sobre essas externalidades negativas. Mas muitas vezes a pauta ambiental é sequestrada pela esquerda e usada como instrumento de pressão política, seja para frear projetos estratégicos, seja para regular e aumentar a intervenção do estado sobre a economia.
A exploração de petróleo, quando sustentada por ciência, tecnologia e boas práticas de engenharia, pode ser realizada de maneira segura. Ignorar essas evidências em nome de um ambientalismo radical é fechar os olhos para a realidade. Há uma diferença clara entre os ambientalistas que compreendem a importância da ciência como ferramenta de conciliação e aqueles que, apoiados em ONGs financiadas por interesses estrangeiros, instrumentalizam a pauta para travar o desenvolvimento nacional. Esse tipo de negacionismo científico não contribui para a preservação da Amazônia, apenas prolonga a dependência econômica e impede que o Brasil alcance o protagonismo que poderia ter na transição energética global.
Já passou da hora de nós libertários, junto de nossos aliados na direita conservadora e minarquista, retomarmos a narrativa ambiental que foi sequestrada pela esquerda. E provar em definitivo para o público que estes que se chamam de ambientalistas não passam de Ongueiros negacionistas.
https://www.cnnbrasil.com.br/economia/negocios/ibama-aprova-ultima-fase-de-licenca-para-petrobras-explorar-foz-do-amazonas/
https://eesc.usp.br/noticias/posts_s.php?guid=17815&termid=not_gerais
https://monitormercantil.com.br/petrobras-apresenta-tecnologia-hisep-que-reduz-impacto-ambiental-da-extracao-de-petroleo/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vazamento_de_%C3%B3leo_no_Brasil_em_2019
https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2024/12/06/ppsa-pico-de-producao-do-pre-sal-sera-em-2030-e-nao-mais-2029-com-2187-milhoes-bpd.htm
https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.PCAP.CD?locations=GY
https://amazoniareal.com.br/uma-analise-critica-sobre-as-pesquisas-de-petroleo-na-foz-do-amazonas/