Se você acordou hoje e viu a manchete “Trump ameaça entrar na Venezuela por terra”, talvez tenha pensado: “Pronto, vão arrumar outra guerra pra eu pagar.” Calma que o copo de hoje não é de leite condensado socialista, é de cerveja artesanal ancap: vamos desenrolar essa confusão, contar tudo o que aconteceu, e mostrar que existe solução libertária que NÃO envolve seu filho no Exército nem o seu bolso virando caixa eletrônico do Pentágono. Bora lá?

Segundo matéria veiculado pela CNN, Trump disse que vai “analisar seriamente” atacar cartéis venezuelanos POR TERRA. 

Marinha dos EUA já afundou barcos (operação “drogas aquáticas”). Maduro respondeu com decreto de “comoção externa” (estado de exceção) que suspende garantias individuais se houver “agressão”.  Sul do Caribe virou piscina de porta-aviões e submarino nuclear americano. 

Brasília quieta, Colômbia processando Trump, e nós… vamos pagar a conta de novo.

A saga entre EUA e Venezuela não é de hoje, já vem de outros carnavais, vamos relembrar alguns fatos recentes que nos ajudarão a entender, que no final das contas, todo mundo sai derrotado.

No ano de 2018 Trump declara Maduro “ilegítimo”, congela 7 bilhões de dólares da PDVSA. Em 2019 os EUA reconhecem Juan Guaidó como o legítimo vencedor das eleições venezuelanas. Já em 2020 a Operação “Maximum Pressure” envia navios, e barcos venezuelanos viram alvo. Entre 2022 e 2024, Trump aumenta as sanções, a produção de petróleo venezuelana despenca 80 % e o bitcoin vira moeda corrente em Pacaraima.

(Sugestão de Pausa)

Em agosto de 2025 o Submarino Nuclear Americano conhecido como USS Georgia cruza o canal do Panamá. Em setembro deste ano, mais especificamente hoje dia 30, o presidente Trump fala em “ataque por terra” contra cartéis. Maduro se borra todo de medo e aperta o botão “estado de sítio 2.0”.

Mas o que é e como funciona o Decreto de Comoção Externa Venezuelano?

Artigo 338 da Constituição venezuelana: permite suspensão de garantias (inclusive prisão sem ordem judicial) quando há “conflito externo”. Maduro já usou o mesmo artigo em 2016 (crise na fronteira com a Colômbia). O resultado foi cerca de 1.300 pessoas presas, censura na imprensa, nenhum cartel acabou.

Robert Higgs em Crisis and Leviathan explica: “Emergência pra eles é Black Friday pra gastar seu dinheiro e NUNCA devolver.” Os cartéis só exsitem, porque a droga é ilegal.

Ludwig von Mises, disse em Ação Humana (p. 734, ed. Instituto Ludwig von Mises Brasil): “Proibição cria lucros monstruosos. Quanto maior o risco, maior o preço; quanto maior o preço, mais violência”.

Exemplo prático: O quilo de cocaína na fronteira colombiana custa atualmente cerca de: US$ 1.200. O quilo dessa mesma droga em Miami custa a bagatela de: US$ 20.000. Uma Diferença de 1.600 % – tudo lucro de risco, NÃO de produção. Se fosse legal, Philip Morris vendia em caixinha com código de barras e pagava ISS. Não precisaria de metralhadora.

(Sugestão de Pausa)

Precisamos também falar a respeito do custo da guerra, e como os americanos vão pagar ainda mais, mesmo antes da bala chegar. Você sabe quanto custa um Missil Tomahawk? US$ 1,8 milhões cada. Mas para atirar esse míssil, é necessário o que? Um soldado americano, que quando está em guerra no exterior, chega a receber: US$ 1,1 milhão por ano. Dados extraídos de Congressional Budget Office, 2023. Segundo os dados do Departamento de Defesa americano, relatório extraído em 2024, um submarino nuclear USS Georgia, só de combustível nuclear gasta cerca de US$ 50 milhões pra reabastecer.

Murray Rothbard, em seu livro Man, Economy and State (vol. 2, p. 892, Scholar’s Edition): “Quanto mais tanque, mais papel-moeda correndo, seu arroz vai pro espaço junto com o foguete.”

Talvez você esteja se perguntando, mas será que alguém ganha com essa confusão toda? E se ganha, quem ganha? Sim meu caro ouvinte, principalmente os políticos, com a bengala da guerra, e SOBERANIIAAAAA SOBERANIIAAAAAA, eles conseguem justificar mais impostos para a “segurança nacional”, mesmo que para alguns políticos a criação de novos impostos não precise nem ser justificada, eles tem o prato perfeito em suas mãos. 

Para os cartéis a cada operação militar de sucesso americano, acaba na derrubada de competidores locais; sobra mais mercado pra eles. É o círculo vicioso perfeito: Estado proíbe → preço sobe → surgem gangues → Estado manda tropa → você paga a conta → cartel agradece.

Mas você pode pensar, mas os EUA têm a razão, eles são bonzinhos, querem destruir o “Mais Burro”... quer dizer o Maduro, sim meus amigos, algumas dessas afirmações, podem até ser verdadeiras, mas no final das contas, é O ESTADO, tentando solucionar o problema que o próprio ESTADO (mesmo que tenha um nome diferente), criou.

Enquanto a esquerda e a direita ficam brigando com suas narrativas. Esquerda: “É culpa do embargo americano!”. Direita: “É culpa do socialismo!”

(Sugestão de Pausa)

O Libertário grita em bom e alto som: É culpa do monopólio da violência ESTATAL – tanto o que proíbe a droga quanto o que confisca petróleo. Ambos os lados usam a força pra decidir o que você pode fumar, vender ou doar.

Vamos agora verificar o mito da “guerra santa contra as drogas” e ver alguns dados que ninguém te mostra.

Desde 1971 quando presidido por Nixon, os Estados Unidos da América gastaram US$ 1 trilhão na guerra às drogas.  Segundo CATO Institute, “The Budgetary Impact of Drug Prohibition”, 2023. O Preço da cocaína caiu 80 % (já considerando o ajuste da inflação), ou seja a droga está mais barata que em 1980.E a Pureza subiu 60 % - ou seja, mais barata e mais forte. Se fosse empresa, já tinha pedido falência. Mas como é governo, eles pedem ORÇAMENTO EXTRA.

Como o libertarianismo propõe uma solução para isso, sem precisar de tanque de guerra? Muito simples, legaliza tudo, coca, maconha, guaraná com cocaína dos anos 80, tudo. Após a legalização, qual será a consequência? Fim do lucro monstruoso dos cartéis, facções, intermediadores e aqui em terras tupiniquins até de políticos.

Usuário compra em farmácia, com rótulo, imposto baixo, sem metralhadora. Remova as sanções comerciais da Venezuela, deixe o petróleo fluir. Em 3 meses o barril venezuelano cai 20 % no mercado, Putin chora. Privatize a segurança, empresas de segurança privada são capazes de proteger oleodutos, paguem seguradoras, não precisa de infantaria americana. No Canadá já funciona: TransCanada paga 300 milhões de USD/ano pra guarda privada de 4.000 km de duto.

Moeda livre, permita que o bitcoin seja a moeda circulante. Consequentemente vai matar a inflação de 300 % ao ano, o cara do cartel vai ter que virar massa, ou partir para outro ramo.

Mas e se o Cartel atacar outros países, e se atacar o Brasil? Calma amigo, os cartéis NUNCA vão trocar tiro de graça; eles querem rota. Se a mercadoria é legal, briga por corredor vira briga de preço – igual Ambev vs Grupo Petrópolis. Quando foi a última vez que você viu a Brahma explodir um caminhão da Skol? Nunca. Porque é o livre mercado, não máfia.

Mas claro, não podemos esquecer, daquelas objeções que sempre ouvimos de nossos amigos estatistas, mas que os dados destroem. “Legalização vai aumentar o uso.” Portugal descriminalizou TODAS as drogas em 2001 e como consequência a overdose caiu 80 %, HIV caiu 92 % (EMCDDA, 2022).

Talvez você seja da turma do Sikêra Jr e questione: “Vira país de viado maconheiro.” Cerveja é legal e você não vê todo mundo bêbado no trabalho (ou vê?).

Beleza, entendi, mas então por qual motivo os políticos não gostam dessa solução? Já te adianto a resposta, NÃO DÁ VOTO.

(Sugestão de Pausa)

Guerra dá bandeira pra fazer discurso. Legalização exige assumir que o Estado errou por 50 anos. Guerra gera verba, emprego, reeleição e até como no caso do Maduro, estado de sítio e continuação ilegítima no poder. Paz gera… paz. E paz não faz ganhar voto.

O que eu como um Ancap raíz, posso fazer então diante dessa situação? Copie o link desse vídeo e mande no grupo da família que adora falar “bandido bom é bandido morto”, ou envie para aquele seu amigo que anda com camisa do Chê. Compre bitcoin, saia do real, pare de financiar guerra pela inflação. Claro, eu sei que não são tarefas fáceis, muitos são libertários, mas ainda não conseguem espalhar essa mensagem, ou até espalham, mas não conseguem juntar grandes reservas de bitcoin. Para esses problemas, a dica é simples: comece, só comece, todo grande resultado, um dia teve início com um simples passo.

Mas se o Trump vai ou não invadir a Venezuela por terra, ar, água, ou seja lá qual forma, não existe liberdade na guerra, não existe solução em armas, mísseis e bombas, mas sim nas ideias. Do outro lado, Maduro aproveita o medo para perpetuar no poder.

A solução libertária é essa, tirar poder de AMBOS os lados e devolver pro cidadão. Como disse Hans-Hermann Hoppe, A Democracia – Deus que Falhou (p. 88, ed. Instituto Mises Brasil): “Todo político é um revendedor de conflitos; quanto mais conflito, mais receita.”

Vamos quebrar o estoque deles, diminuir suas possibilidades, não apoiar nenhum dos lados, eu sei, no início pode parecer utopia, pode parecer que soa como os isentões, mas na verdade, você estará sempre escolhendo o lado da liberdade, e não tem como errar ao escolher esse lado. 

Referências:

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/trump-diz-que-considera-combater-carteis-na-venezuela-por-terra/