Porta voz do governo Russo faz ameaça direta à Polônia. Porque o bom senso muitas vezes obriga os libertários a se afastarem da cordialidade?
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, anunciou o fechamento da fronteira em 9 de setembro de 2025, revelando sua preocupação no que tange à segurança do seu país. Sua decisão se dá ao observar os exercícios militares Zapad 2025. Na visão dele, os exercícios teriam como objetivo simular uma invasão do país para assegurar uma zona territorial conhecida como corredor de Suwalki. Uma faixa de terra que liga o exclave russo de Kaliningrado ao território da Bielorrússia, um estado fantoche de Moscou.
Para o governo da Rússia, assegurar o acesso a Kaliningrado é fundamental pois a região se situa no coração da Europa e com acesso fácil para o Mar Báltico. Além disso, é uma região menos propensa a congelamentos dos portos e mares durante o inverno. Um benefício secundário para os antigos Soviéticos seria o fato de cortar o território da OTAN na região. Isso separaria o bloco geograficamente para dificultar qualquer movimentação logística em caso de guerra.
Contudo, as cicatrizes deixadas pela invasão dos Nazi-Comunistas da Segunda Guerra Mundial ainda persistem na consciência daquele povo. E diante de tal cenário, o governo Polonês teve o raciocínio na direção correta: O seguro morreu de velho.
Porém a situação ganhou novos contornos na noite do dia 10 para o dia 11, quando foi constatada a violação do espaço aéreo da Polônia por drones Kamikaze. O enxame com cerca de 19 aeronaves veio do território da Bielorrússia e Rússia, tendo estes que atravessar primeiro os céus da Ucrânia. As equipes em solo constataram que os aparelhos operavam usando Sim Card’s de redes de telefonia móvel da Polônia, garantindo assim o controle das aeronaves no terreno estrangeiro. Isso comprova que o evento não foi um incidente, mas uma ação deliberada e, muito provavelmente, planejada para estudar a resposta operacional das forças armadas Polacas. Como os exercícios do Zapad 2025 iniciariam no dia 12, Tusk intensificou o fechamento da fronteira com a Bielorrússia, impedindo que qualquer carro e trem de carga cruzasse pelos territórios.
Esta não é a primeira vez que drones russos invadem o território da Polônia, mas foi a primeira vez que o volume de drones forçou o governo a tomar medidas para abatê-los. Além claro de tomar medidas concretas em respostas às ações do Kremlin. Na tentativa de defender seus militares, o embaixador da Rússia na Suécia exigiu provas contundentes do envolvimento da Rússia no incidente com os drones. Como se a invasão à Ucrânia e os ataques diários de drones ao país vizinho não fossem provas o suficiente. Qualquer um com bom senso já estaria de prontidão para uma possível nova fase do conflito.
Após o fechamento das fronteiras, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, veio ao público com uma mensagem de seus ditadores: “Pedimos a Varsóvia que considere as consequências de tais medidas destrutivas e reveja a sua decisão o mais rapidamente possível. Para quem ainda não teve o cérebro derretido pela mídia centralizada tradicional, a ameaça da mensagem é bem clara. Considere as consequências; suas medidas são destrutivas; mude sua postura. Ou... nós, o povo soviético, usando mais drones e os exércitos reunidos na sua fronteira, tomaremos medidas mais destrutivas que as suas. Ora, como se a Polônia não tivesse testemunhado essa mesma manobra acontecer em 24 de fevereiro de 2022. Foi nesta data que o exército russo, reunido para um exercício militar, invadiu a Ucrânia para interromper “medidas destrutivas” sobre os “separatistas” no território de Dombas, na Ucrânia. Não haviam separatistas, mas soldados, mercenários e invasores fomentando uma guerra civil. Defender os falantes de russo, eles disseram. Mas na verdade enviavam colunas de tanques para a capital Kiyv, no intento de derrubar o governo e tomar o país de assalto.
Você, meu caro libertário, certamente concorda que na sua casa, quem decide quais ações serão tomadas para garantir sua segurança e do seu patrimônio, é você. E para isso você tomará as medidas que lhe estiverem à disposição. Claro que aqui estamos falando de um estado, mas um estado nacional ainda é “menos pior” do que ser controlado por orcs.
Podemos facilmente comparar as ações do Governo russo com o seguinte cenário: um vizinho seu arruma briga com todo mundo. Já entrou na casa de outro morador e tomou, seu carro, sua churrasqueira, a piscina e até um pedaço do quintal dele. Você, ao observar este vizinho esticar o olho para a sua propriedade, por óbvio procuraria se proteger. O vizinho brigão então se aproxima do seu muro e diz: É melhor você não trancar o portão não. É melhor não colocar uma cerca elétrica não. É melhor não reforçar a porta não. “Considere as consequências de tais medidas destrutivas e reveja a sua decisão o mais rapidamente possível.”
Aparentemente, desta vez pelo menos, o governo estatal não recuou diante das ameaças. Porém, não foram poucas as vezes que a escalada de blefes de Moscou surtiu o exato efeito esperado. Os comunistas dizem que vão ampliar suas ações e quando alguém menciona uma reação, eles puxam suas cartas de blefe: “Escalar o conflito”. “Vão cruzar a linha vermelha”. “Interferência geopolítica”. “Iniciar a terceira guerra mundial”. “Se tornar alvos legítimos”. “USAREMOS ARMAS ATÔMICAS”.
Governos estatais são muito bons para cobrar imposto alegando que o usarão para garantir a sua segurança. Mas na hora que precisam garantir a segurança, rapidamente colocam o rabo entre as pernas e começam com o papinho de diplomacia e cordialidade internacional. E dessa forma, o autoritarismo se fortalece, às custas do patrimônio de pessoas inocentes, de sua liberdade e, como vemos na Ucrânia, de suas vidas.
A visão libertária defende o PNA, princípio da não agressão. O argumento é fundamentado na ética e defende que o início de uma agressão sempre é ilegítimo. Porém não veda o uso da auto defesa. Se um vizinho encrenqueiro se aproxima da propriedade de um libertário com intenções maliciosas, o libertário tem total direito de se preparar para um possível confronto. É seu direito defender sua família, seu cachorro e até mesmo o gabinete onde está instalada sua estação de mineração de bitcoin.
Um republicano de verdade, daqueles à moda antiga, vendo seu vizinho encostando no seu terreno, com um grupo armado, não pensaria duas vezes e correria para apanhar seus carregadores. Para o escritor deste artigo, os de hoje em dia parecem ter déficit de testosterona e preferem correr para o celular, anunciando que pretendem esperar por duas semanas. Se dependesse desse tipo de representante do Estado, Kiyv teria caído em menos de duas semanas. Isso só não ocorreu pois o povo correu para as ruas, formando pequenas milícias e enfrentando a tirania. Zelensky disse que não precisava de carona e sim de munição. Isso é lutar pela sua liberdade. Um defensor da liberdade está sempre pronto para pensar primeiro em se defender de qualquer ameaça. Indiferente de direção ou da forma com que ela venha.
Enquanto governos Estatais estão pensando em cordialidade diplomática, cedendo aos arroubos totalitários de inimigos, uma pessoa sensata diria “não pise em mim” e compraria mais caixas de munições. Óbvio.
Putin já demonstrou sua hostilidade para o ocidente diversas vezes e como todo bom ditador autoritário quer sempre mais e de preferência dos outros. A terra dos outros, as empresas dos outros, o patrimônio dos outros. Ele faz isso sempre contando com a cordialidade e a diplomacia que tornou a sociedade, segundo seu ponto de vista, mole e fraca. Não que a organização social moderna não tenha seus pontos positivos e garanta muita segurança no convívio humano. Porém não podemos ignorar suas falhas.
Como eu disse no início do vídeo, um libertário de verdade não está nem aí para cordialidade. Ele não se importa se você é branco ou preto, se é homem ou mulher, se é hetero ou homossexual. Você é livre para fazer o que quiser da sua vida e até ser educado com os outros se quiser. Contanto que suas atitudes não ameacem a liberdade dele, está tudo bem. A cordialidade é menos importante que a liberdade. E se você se importa mais em viver a política da boa vizinhança, certamente será colocado junto com o rebanho para ser tosquiado. Um libertário tem ética para diferenciar o certo do errado. Ele tem o bom senso para identificar um agressor. Ele se posiciona de modo a não se tornar a vítima. Ele não inicia uma injusta agressão, mas ele revida na devida proporção para interromper a ameaça. Sem se importar com o que dirão os jornais da grande mídia centralizada, sem se importar com diplomacia ou cordialidade. O que importa é a auto defesa. Nem que para isso ele precise de um tanque de guerra ou drone FPV.
Liberdade e segurança vêm primeiro. Cordialidade é apenas um floreio. É um adereço totalmente descartável quando sua vida está em perigo.
Para os comunistas do Kremlin, a Polônia ignorou os gestos de boa vontade de Moscou e Minsk. Quais foram esses gestos, você se pergunta? Segundo eles “realocaram seus exércitos para longe da fronteira polonesa e reduziram o número de tropas e equipamentos militares participantes”. Seria o mesmo que seu vizinho dizer que não virá com 20, mas só com 15 homens e que não vai encostar no seu muro. Vai só ficar do outro lado da calçada. Acredite se quiser.
Zakharova ainda afirmou que a medida de fechar a fronteira foi uma tentativa de aumentar as tensões na Europa. Ao mesmo tempo, oficiais russos e bielorrussos minimizam a natureza agressiva dos exercícios, alegando não representar uma ameaça a OTAN e que a Polônia está tendo uma reação exagerada. Bem, meus amigos, todo violador sempre vai dizer que a vítima que foi culpada por usar aquelas roupas. Que ela queria sim. Que ela está fazendo muito escândalo por nada.
Você deve ter bom senso. Conseguir ver quem é o verdadeiro culpado e quem mantém postura tirânica, imperialista e expansionista. Não deixe que o posicionamento amansador do estado e da mídia te impeçam de exercer a defesa da sua liberdade. Mesmo que te chamem de grosso ou descortês. Ou então correrá o risco de ser o próximo Chamberlain. Certo está Donald Tusk, em tomar medidas protetivas para sua nação. Estaria mais certo ainda se já estivessem pautando o artigo 5 da OTAN. Mas isso já é assunto para outro vídeo.
E nunca se esqueça: o preço da liberdade é a eterna vigilância.
https://kyivindependent.com/poland-sloses-border-with-belarus-as-russian-belarusian-drills-begin/
(opção em ptbr) https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2850697/polonia-fecha-fronteira-com-bielorrussia-por-razoes-de-seguranca
https://www.themoscowtimes.com/2025/09/11/russia-urges-poland-to-reopen-belarus-border-a90505
(opção em ptbr) https://www.metropoles.com/mundo/russia-polonia-fechar-fronteira-bielorrussia
https://www.bbc.com/news/articles/clyn3vqex47o (opção em ptbr) https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/trump-duas-semanas-putin-paz/
https://understandingwar.org/research/russia-ukraine/russian-offensive-campaign-assessment-september-12-2025